55 11 94815-4321 (Apenas WhatsApp)

shutterstock_125191847Todas as pessoas às vezes checam coisas mais de uma vez. Por exemplo, você pode verificar mais de uma vez para se certificar de que o fogão ou o ferro de passar roupas está desligado antes de sair de casa. Mas as pessoas com o Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) sentem a necessidade de verificar as coisas repetidamente ou tem certos pensamentos ou executam rotinas e rituais várias vezes. Os pensamentos e rituais associados ao TOC causam aflição e atrapalham a vida diária.

Os pensamentos perturbadores freqüentes são chamados de obsessões. Para tentar controlá-los, a pessoa vai sentir um impulso irresistível de repetir certos rituais ou comportamentos denominados compulsões. As pessoas com TOC não conseguem controlar essas obsessões e compulsões. Na maioria das vezes, os rituais acabam as controlando.

Por exemplo, se as pessoas estiverem obcecadas com germes ou sujeira, elas podem desenvolver uma compulsão para lavar as mãos repetidas vezes. Se elas desenvolverem uma obsessão com intrusos, elas podem trancar e retrancar as portas muitas vezes antes de irem para a cama. O medo do constrangimento social pode impelir as pessoas com TOC a pentear seus cabelos compulsivamente na frente de um espelho – algumas vezes, elas ficam “presas” ao espelho e não conseguem se afastar dele. Realizar tais rituais não é agradável. Na melhor das hipóteses, isso produz alívio temporário da ansiedade criada pelos pensamentos obsessivos.

Outros rituais comuns são a necessidade de verificar coisas repetidamente, tocar coisas (especialmente em uma seqüência particular) ou contar coisas. Algumas obsessões comuns incluem ter pensamentos freqüentes de violência e dano aos entes queridos, pensar persistentemente em realizar atos sexuais que a pessoa não gosta ou ter pensamentos que são proibidos por crenças religiosas. As pessoas com TOC podem também estar preocupadas com ordem e simetria, ter dificuldade em jogar coisas fora (então elas acumulam) ou acumular itens desnecessários.

As pessoas saudáveis ​​também têm rituais, como verificar várias vezes para ver se o fogão está desligado, antes de sair de casa. A diferença é que as pessoas com TOC realizam seus rituais mesmo que eles interfiram com sua vida diária e elas acham que a repetição é angustiante. Embora a maioria dos adultos com TOC reconheça que o que eles estão fazendo é sem sentido, alguns adultos e a maioria das crianças podem não perceber que seu comportamento está fora do comum.

Causas

O TOC às vezes ocorre em famílias, mas ninguém sabe ao certo porque algumas pessoas o têm e outras não. Pesquisadores descobriram que várias partes do cérebro estão envolvidas no medo e na ansiedade. Ao aprenderem mais sobre o medo e a ansiedade no cérebro, os cientistas podem ser capazes de criar melhores tratamentos. Os pesquisadores também estão procurando por maneiras através das quais o estresse e fatores ambientais podem desempenhar um papel.

Sinais & Sintomas

As pessoas com TOC geralmente:

  •  Têm imagens ou pensamentos repetidos sobre muitas coisas diferentes, como o medo de germes, sujeira ou  intrusos; atos de violência; danos aos entes queridos; atos sexuais; conflitos com crenças religiosas; ou serem  excessivamente organizadas;
  •  Realizam repetidamente os mesmos rituais, tais como lavar as mãos, trancar e destrancar portas, contar,      manter itens desnecessários, ou repetir os mesmos passos várias vezes;
  •  Não conseguem controlar os pensamentos e comportamentos indesejados;
  •  Não obtêm prazer ao realizarem os comportamentos ou rituais, mas obtêm um breve alívio da ansiedade  causada pelos pensamentos;
  •  Gastam pelo menos 1 hora por dia com os pensamentos e rituais, que causam angústia e atrapalham a vida    diária.

Quem Está Em Risco?

Para muitas pessoas, o TOC começa durante a infância ou a adolescência. A maioria das pessoas é diagnosticada em torno dos 19 anos de idade. Os sintomas do TOC podem ir e vir e serem melhores ou piores em momentos diferentes.

O TOC afeta cerca de 2,2 milhões de adultos americanos. Ele atinge homens e mulheres em números aproximadamente iguais e geralmente aparece na infância, adolescência ou início da idade adulta. Um terço dos adultos com TOC desenvolve sintomas quando crianças e pesquisas indicam que o TOC pode ocorrer em famílias.

Diagnóstico

O curso da doença é bastante variado. Os sintomas podem ir e vir, diminuir com a passagem do tempo ou piorar. Se o TOC se tornar grave, pode impedir uma pessoa de trabalhar ou assumir responsabilidades normais em sua casa. As pessoas com TOC podem inadvertidamente tentar ajudar a si mesmas evitando situações que desencadeiam suas obsessões ou usando álcool ou drogas para se acalmarem.

O TOC pode vir acompanhado por transtornos alimentares, outros transtornos de ansiedade ou depressão.

Em primeiro lugar, fale com o seu médico sobre seus sintomas. O seu médico deve fazer um exame para ter certeza de que um outro problema físico não está causando os sintomas. O médico pode encaminhá-lo para um especialista em saúde mental.

Tratamentos

O TOC é geralmente tratado com psicoterapia, medicamentos ou ambos.

Psicoterapia.  Um tipo de psicoterapia chamado de Terapia Cognitivo-Comportamental é especialmente útil para o tratamento do TOC. Ela ensina a uma pessoa diferentes maneiras de pensar, agir e reagir às situações, que a ajuda a se sentir menos ansiosa ou com medo, sem ter pensamentos obsessivos ou agir compulsivamente. Um tipo de terapia chamada de exposição e prevenção de resposta é especialmente útil para reduzir comportamentos compulsivos no TOC.

Medicação.  Os médicos também podem prescrever medicamentos para ajudar a tratar o TOC. Os medicamentos mais comumente prescritos para o TOC são os anti-ansiedade e antidepressivos. Medicamentos anti-ansiedade são poderosos e existem diferentes tipos. Muitos tipos começam a funcionar imediatamente, mas eles geralmente não devem ser tomados por longos períodos.

Os antidepressivos são usados ​​para tratar a depressão, mas eles também são particularmente úteis para o TOC, provavelmente mais do que os medicamentos anti-ansiedade o são. Eles podem levar várias semanas – 10 a 12 semanas para alguns – para começarem a funcionar. Alguns destes medicamentos podem causar efeitos colaterais, como dor de cabeça, náuseas ou dificuldade para dormir. Estes efeitos colaterais não são normalmente um problema para a maioria das pessoas, especialmente se a dose começar baixa e for lentamente aumentada ao longo do tempo.  Converse com seu médico sobre quaisquer efeitos colaterais que você possa ter.

É importante saber que, embora os antidepressivos possam ser seguros e eficazes para muitas pessoas, eles podem ser arriscados para outras, especialmente crianças, adolescentes e adultos jovens. Uma “tarja preta” – o tipo mais sério de aviso que um medicamento de prescrição pode ter – foi adicionada aos rótulos dos medicamentos antidepressivos. Esses rótulos alertam as pessoas de que os antidepressivos podem fazer com que algumas delas tenham pensamentos suicidas ou façam tentativas de suicídio. Qualquer pessoa tomando antidepressivos deve ser cuidadosamente monitorada, especialmente quando ela está começando a se tratar com medicamentos.

Algumas pessoas com TOC se dão melhor com a Terapia Comportamental Cognitiva, especialmente a exposição e prevenção de resposta. Outras se dão melhor com medicação. Já outras se dão melhor com uma combinação das duas. Converse com seu médico sobre o melhor tratamento para você.

O TOC geralmente responde bem ao tratamento com certos medicamentos e / ou psicoterapia baseada em exposição, em que as pessoas enfrentam situações que causam medo ou ansiedade e se tornam menos sensíveis (dessensibilizadas) a elas. O National Institute of Mental Health (NIMH) está apoiando a pesquisa de novas abordagens de tratamento para pessoas cujo TOC não responde bem às terapias usuais. Estas abordagens incluem tratamento com combinação e aumento (add-on), bem como técnicas modernas, como a estimulação cerebral profunda.

Convivendo

“Eu não podia fazer nada sem rituais. Eles invadiram todos os aspectos da minha vida. Contar realmente me deixou paralisado. Eu lavava meu cabelo três vezes em vez de uma, porque três era um número da sorte e um não era. Levava-me mais tempo para ler, porque eu tinha que contar as linhas em um parágrafo. Quando eu configurava o meu alarme durante a noite, eu tinha que configurá-lo para um número que não iria adicionar a um número ‘ruim’. “

“Vestir-me pela manhã era difícil, porque eu tinha uma rotina, e se eu não seguisse a rotina, eu ficava ansioso e teria que me vestir novamente. Eu sempre tinha a preocupação de que se eu não fizesse alguma coisa, meus pais iriam morrer. Eu tinha esses pensamentos terríveis de causar dano aos meus pais. Eu sabia que aquilo era completamente irracional, mas os pensamentos disparavam mais ansiedade e mais comportamento sem sentido. Por causa do tempo que eu gastava com rituais, eu era incapaz de fazer um monte de coisas que eram importantes para mim.”

“Eu sabia que os rituais não faziam sentido, e eu estava profundamente envergonhado deles, mas eu não conseguiria superá-los até que eu começasse o tratamento.” (De Obsessive-Compulsive Disorder: When Unwanted Thoughts Take Over: What is it like having OCD?)

Ensaios Clínicos

O NIMH apoia pesquisas sobre saúde e transtornos mentais. Veja também:   A Participant’s Guide to Mental Health Clinical Research.

Participe, encaminhe um paciente ou aprenda sobre os resultados dos estudos em ClinicalTrials.gov, o registro do NIH / National Library of Medicine de ensaios clínicos financiados pelo governo federal e iniciativa privada para todas as doenças.

Encontre estudos financiados pelo NIH atualmente recrutando participantes com TOC

Texto adaptado e livremente traduzido pelo Psicólogo Alexandro Paiva, com cunho exclusivamente pedagógico, do texto original, que foi extraído do website http://www.nimh.nih.gov/health/topics/obsessive-compulsive-disorder-ocd/index.shtml . Acesso em: 27/12/14.

Alexandro Nobre Paiva é Psicólogo Clínico, Psicoterapeuta Sexual e de Casais (CRP 06/118772) com experiência no atendimento de clientes brasileiros e estrangeiros adultos, nas línguas inglesa e portuguesa. Especialista em Terapia Comportamental Cognitiva em Saúde Mental pelo Ambulatório de Ansiedade do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (AMBAN IPq HC FMUSP) e pela Proficoncept, certificada pela DGERT (União Europeia). Qualificação Avançada em Psicoterapia com Enfoque na Sexualidade pelo Instituto Paulista de Sexualidade (INPASEX). Capacitação em Reabilitação do Amor Patológico pelo Programa de Transtornos Alimentares do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (AMBULIM IPq HC FMUSP) e pela Escola de Reabilitação do Amor Patológico (ERA-AP). Membro da Associação Brasileira de Psicologia e Medicina Comportamental (ABPMC).

Especialista em Língua Inglesa: Metodologia da Tradução pela FAFIRE, tendo atuado como Professor de Língua Inglesa por cerca de 10 anos (Brasil e China) e convivido com pessoas de diferentes culturas, mantém um Blog com Recursos Psicoeducacionais nas áreas da Psicologia e da Sexualidade.

Interesses principais incluem Psicologia, Sexualidade, Tradução, Línguas Estrangeiras, Viagens e Fotografia.

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