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shutterstock_63049999De fato, por alguns motivos, o álcool pode fazer com que algumas pessoas queiram “tirar a roupa”. Apesar de ter um efeito diferente em cada organismo, o álcool em pequenas doses geralmente faz com que as pessoas fiquem mais relaxadas e curiosas em relação a possibilidade de fazer sexo. Mas essa relação entre álcool e sexo não é tão simples assim.

Pessoas de lugares diferentes têm concepções diversas sobre a relação entre sexo e álcool. Estudiosos da área afirmam que o álcool desativa temporariamente alguns processos cerebrais fazendo com que algumas pessoas se tornem menos ansiosas e mais desinibidas. É importante lembrar que a diminuição das inibições não é o mesmo que o aumento da excitação. O álcool pode apenas interferir na primeira parte dessa equação. Já outros especialistas explicam que substâncias presentes no vinho podem colaborar com o aumento do fluxo sanguíneo nos órgãos genitais masculinos e femininos. E isso pode aumentar a possibilidade de ereção no homem e lubrificação na mulher.

Há, entretanto, um possível efeito adverso do álcool nesse cenário. Normalmente, quando os órgãos sexuais masculinos ou femininos são tocados em um contexto erótico, o cérebro interpreta essas sensações produzidas como excitação. Mas na presença do álcool, essas sensações são amortecidas e o cérebro as percebe de forma reduzida. Ao deprimir o sistema nervoso central, o álcool leva a uma redução da excitação e resposta sexual à estimulação. Nesses casos, um treino de relaxamento produzido por um exercício respiratório adequado poderia ser bem mais eficiente, pois relaxa e não reduz a excitação e resposta sexual.

Outros possíveis efeitos adversos são o ressecamento vaginal e o atraso ou ausência da ejaculação. O ressecamento pode ocorrer em função da desidratação resultante da ação do álcool no organismo e o atraso ou ausência da ejaculação podem ser consequência do amortecimento das sensações. Além disso, o ressecamento vaginal pode levar a lesões na área genital, uma vez que a pessoa sob efeito do álcool pode não perceber o momento em que precisa utilizar mais lubrificante.

Um outro ponto importante a ser levado em consideração é que o álcool pode tornar difícil perceber as situações em que o sexo não é consentido. O excesso de desinibição pode também levar uma pessoa a agir por impulso e fazer sexo sem preservativo. E, em função da redução das sensações físicas, a pessoa pode não perceber quando um preservativo está danificado.

Quando uma pessoa repetidamente utiliza o álcool para reduzir seu nível de ansiedade, sem aprender a lidar com as causas dessa ansiedade enquanto sóbria, seu nível de tolerância à bebida pode aumentar e cada vez mais precisar de uma dose maior para retornar ao seu nível de funcionamento basal. Na esfera sexual, o álcool vai se tornando uma muleta para os encontros, além de poder produzir outros problemas de saúde.

Cada pessoa tem uma experiência diferente com o álcool. Caso você note que isso está atrapalhando a sua vida sexual, procure ajuda de um profissional especializado para aprender a reduzir sua ansiedade em relação ao encontro sexual.

Texto de autoria do Psicólogo Alexandro Paiva.

Alexandro Nobre Paiva é Psicólogo Clínico, Psicoterapeuta Sexual e de Casais (CRP 06/118772) com experiência no atendimento de clientes brasileiros e estrangeiros adultos, nas línguas inglesa e portuguesa. Especialista em Terapia Comportamental Cognitiva em Saúde Mental pelo Ambulatório de Ansiedade do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (AMBAN IPq HC FMUSP) e pela Proficoncept, certificada pela DGERT (União Europeia). Qualificação Avançada em Psicoterapia com Enfoque na Sexualidade pelo Instituto Paulista de Sexualidade (INPASEX). Capacitação em Reabilitação do Amor Patológico pelo Programa de Transtornos Alimentares do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (AMBULIM IPq HC FMUSP) e pela Escola de Reabilitação do Amor Patológico (ERA-AP). Membro da Associação Brasileira de Psicologia e Medicina Comportamental (ABPMC).

Especialista em Língua Inglesa: Metodologia da Tradução pela FAFIRE, tendo atuado como Professor de Língua Inglesa por cerca de 10 anos (Brasil e China) e convivido com pessoas de diferentes culturas, mantém um Blog com Recursos Psicoeducacionais nas áreas da Psicologia e da Sexualidade.

Interesses principais incluem Psicologia, Sexualidade, Tradução, Línguas Estrangeiras, Viagens e Fotografia.

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