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shutterstock_336669152A primeira pergunta a se fazer é: “o tamanho do pênis é importante para quem?”. Ao dizermos que o tamanho do pênis importa, mas sem dizermos para quem, estamos comunicando a ideia de que pessoas diferentes gostam sempre das mesmas coisas. Será que esse é um pensamento realista? Bem, a única maneira de descobrir isso é procurando evidências que apoiem a veracidade desse pensamento. É fácil perceber que as questões relacionadas ao tamanho do pênis estão sempre em voga, porque não há consenso sobre o assunto. E o fato de não haver consenso sobre o assunto evidencia a multiplicidade de opiniões das pessoas. Um pensamento realista é: “pessoas diferentes gostam de coisas diferentes”. Por exemplo, há mulheres que terminam um relacionamento porque o pênis do parceiro é “pequeno” e há outras que o fazem porque o pênis do parceiro é “grande”. Mas a coisa não para por ai. Há mulheres que terminam um relacionamento porque descobrem que não gostam de qualquer que seja o pênis e há outras que o fazem quando percebem que não gostam de sexo, seja ele qual for. Há ainda outras variações possíveis. Cada pessoa, independentemente de ser homem ou mulher, tem suas próprias preferências sexuais, que são únicas. O que os estudos indicam é que o tamanho do pênis é uma questão que preocupa mais os homens, do que as mulheres.

Dados científicos:

Pensando nessa preocupação masculina, um estudo conduzido por pesquisadores da King´s College London (Londres, Reino Unido) analisou, através de procedimentos padronizados, dados relativos ao comprimento e à circunferência dos pênis de mais de quinze mil homens. Alguns dos resultados foram os seguintes: comprimento médio do pênis flácido (9,16 cm); comprimento médio do pênis flácido esticado (13,24 cm); comprimento médio do pênis ereto (13,12 cm); circunferência média do pênis flácido (9,31 cm); e circunferência média do pênis ereto (11,66 cm).  Foi também concluído que nem a idade do paciente, nem o tamanho do pênis flácido poderiam servir de critérios para prever com precisão o tamanho do pênis ereto.

Ditadura da estética e problemas sexuais:

Os dados da pesquisa acima embasam o questionamento dos padrões promovidos pela ditadura da estética sexual, que objetiva padronizar o que você deve querer ou não na hora do sexo. Nesse sentido, visam a promover o bem-estar psicológico da grande maioria dos homens, na medida em que desencanam com relação ao tamanho de seu órgão sexual. Os homens que não questionam esses padrões estabelecidos correm o risco de – por exemplo, ao assistirem filmes pornográficos – compararem as dimensões de seu pênis com aquelas exibidas por aqueles atores. Quando fazem isto, geralmente entram em estado de ansiedade, passando a sentir vergonha na hora do sexo. Um dos sintomas da ansiedade é a contração muscular, que reduz o fluxo de sangue na região peniana, levando à perda da ereção. Caso esse mecanismo de comparação social sucedido de perda de ereção se torne um círculo vicioso, é possível, por exemplo, que esse homem desenvolva um quadro de disfunção erétil.

Dicas para o homem:

Uma dica para o homem é: o modo como você se percebe é diferente do modo como os outros percebem você. Pessoas diferentes gostam de coisas diferentes. Isso significa dizer que, mesmo que haja pessoas que não gostem do seu corpo ou de parte dele, isso não quer dizer que todas as outras pessoas tenham a mesma opinião. Caso algumas dessas pessoas expressem qualquer descontentamento no sentido de desvalorizar o que veem em você, lembre-se de que essas são apenas “algumas” pessoas, não são “todas” elas. Permitir-se conhecer gente nova aumenta suas chances de encontrar quem goste de você do jeito que você é. Valorize quem valoriza você.

Um ponto importante a ser ressaltado aqui é que o modo como se faz sexo (comportamento) tem um peso muito maior no encontro sexual do que o tamanho do pênis (anatomia), não nos esquecendo do fato de que há quem prefira pênis menores. A maioria das mulheres, por exemplo, prefere pênis menores para sexo anal e oral. Não são raras as situações em que pênis maiores dificultam a realização dessas práticas. Outro fato importante é que o clitóris, órgão feminino do prazer por excelência, está localizado fora do canal vaginal. Isso significa que a maioria das mulheres não atinge o orgasmo através de penetração, mas através de sexo oral e masturbação. Fica a dica: Língua, mãos e vibrador podem estimular o clitóris diretamente, proporcionando um nível de prazer sexual muito maior para a maioria das mulheres, do que aquele grau de prazer que um pênis pode normalmente oferecer. A penetração é apenas uma das muitas formas de se fazer sexo.

Esse texto tem caráter exclusivamente pedagógico e não objetiva substituir consulta por profissional especializado. Caso você tenha alguma dificuldade na área sexual ou no campo de seus relacionamentos afetivos, sugiro procurar a ajuda de um psicoterapeuta especialista na área.

Texto de autoria do Psicólogo Alexandro Paiva.

Alexandro Nobre Paiva é Psicólogo Clínico, Psicoterapeuta Sexual e de Casais (CRP 06/118772) com experiência no atendimento de clientes brasileiros e estrangeiros adultos, nas línguas inglesa e portuguesa. Especialista em Terapia Comportamental Cognitiva em Saúde Mental pelo Ambulatório de Ansiedade do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (AMBAN IPq HC FMUSP) e pela Proficoncept, certificada pela DGERT (União Europeia). Qualificação Avançada em Psicoterapia com Enfoque na Sexualidade pelo Instituto Paulista de Sexualidade (INPASEX). Capacitação em Reabilitação do Amor Patológico pelo Programa de Transtornos Alimentares do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (AMBULIM IPq HC FMUSP) e pela Escola de Reabilitação do Amor Patológico (ERA-AP). Membro da Associação Brasileira de Psicologia e Medicina Comportamental (ABPMC).

Especialista em Língua Inglesa: Metodologia da Tradução pela FAFIRE, tendo atuado como Professor de Língua Inglesa por cerca de 10 anos (Brasil e China) e convivido com pessoas de diferentes culturas, mantém um Blog com Recursos Psicoeducacionais nas áreas da Psicologia e da Sexualidade.

Interesses principais incluem Psicologia, Sexualidade, Tradução, Línguas Estrangeiras, Viagens e Fotografia.

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