Por mais estranho que pareça para algumas pessoas, alguns estudos apontam para o fato de que a maioria das mulheres fica mais excitada com a ideia de viverem momentos íntimos incluindo preliminares, do que com a ideia da penetração em si. Isso também é válido para os homens, pois as preliminares tendem a facilitar o processo eretivo e a colaborar com a redução da ansiedade de desempenho. Não apenas as preliminares são importantes por produzirem prazer imediato enquanto acontecem, mas também servem como uma forma de aquecimento físico do casal, que pode favorecer a conexão emocional de ambos e preparar os corpos para o momento da penetração. E já de início vale lembrar que a atenção deve estar sempre no momento presente (preliminares e prazer) e não no futuro (penetração). Aliás, a penetração não deve ser uma regra. Ela precisa ser entendida como algo que pode acontecer, a depender das preferências sexuais do casal.
Especialistas da área afirmam que as preliminares são fundamentais para homens e mulheres. Quando o corpo de uma mulher se excita, alguns de seus músculos levantam levemente o útero e esse movimento cria mais espaço na vagina. Com mais espaço na vagina para a penetração, as mulheres podem desfrutar do sexo com mais prazer e conforto. E o inverso também é verdadeiro. Caso não haja preliminares, o encontro sexual pode se transformar em um momento de desprazer e desconforto para elas. Os homens também se beneficiam dessas trocas físicas e afetivas, pois existem feixes nervosos que ligam a base do pênis à coluna vertebral e que são responsáveis pela ereção reflexa, ou seja, aquela que acontece quando o pênis é tocado. Outros mecanismos também entram em ação nesse processo.
Não há certo ou errado quando falamos em preliminares e também não há um tempo ideal para se dedicar a elas. Cada casal vai fazer do seu modo e no seu próprio tempo. Pesquisadores do assunto sugerem que primeiro outras partes do corpo sejam tocadas, antes do toque na região genital, que deve ser tocada por último, mais ou menos como se faz quando se come um bolo e se deixa a cereja para o final. Com relação ao tempo, algo em torno de 10 a 30 minutos é considerado um bom tempo para se dedicar a esses momentos de intimidade. Ao se concentrarem exclusivamente em suas regiões genitais, vários casais frequentemente deixam de sentir prazer em outras áreas de seus corpos, que podem ter grandes potenciais eróticos quando tocadas e valorizadas.
Cada casal vai descobrindo aos poucos suas preferências sexuais para esses instantes que podem ou não anteceder a penetração. Alguns utilizam diferentes jogos, como, por exemplo, um jogo de dados em que sugestões são oferecidas quanto ao que fazer em relação à parceria. Há casais que gostam de falar palavras mais picantes e que expressam seus sentimentos e desejos relativos ao que o outro poderia fazer. Algumas pessoas dançam ou tomam banho juntas. Outras fazem massagens em diversas partes do corpo com óleos específicos e algumas loções. Nessas situações, vale a pena exercitar a criatividade, levando-se sempre em consideração as próprias preferências sexuais, assim como as do outro. Mas como saber quais são as preferências sexuais do outro? Através da boa comunicação, que deve ser honesta e respeitosa. Uma dica é aproveitar o tempo fora da cama para ter essas conversas e descobrir de forma bem específica onde e como o outro gosta de ser tocado
Esse é um texto informativo e que não tem o objetivo de substituir uma consulta por profissional especializado. Caso você tenha necessidade de tirar dúvidas ou receber outras orientações sobre como proceder em seus encontros sexuais, procure a ajuda de um psicoterapeuta especialista em sexualidade.
Texto de autoria do Psicólogo Alexandro Paiva.
Alexandro Nobre Paiva é Psicólogo Clínico, Psicoterapeuta Sexual e de Casais (CRP 06/118772) com experiência no atendimento de clientes brasileiros e estrangeiros adultos, nas línguas inglesa e portuguesa. Especialista em Terapia Comportamental Cognitiva em Saúde Mental pelo Ambulatório de Ansiedade do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (AMBAN IPq HC FMUSP) e pela Proficoncept, certificada pela DGERT (União Europeia). Qualificação Avançada em Psicoterapia com Enfoque na Sexualidade pelo Instituto Paulista de Sexualidade (INPASEX). Capacitação em Reabilitação do Amor Patológico pelo Programa de Transtornos Alimentares do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (AMBULIM IPq HC FMUSP) e pela Escola de Reabilitação do Amor Patológico (ERA-AP). Membro da Associação Brasileira de Psicologia e Medicina Comportamental (ABPMC).
Especialista em Língua Inglesa: Metodologia da Tradução pela FAFIRE, tendo atuado como Professor de Língua Inglesa por cerca de 10 anos (Brasil e China) e convivido com pessoas de diferentes culturas, mantém um Blog com Recursos Psicoeducacionais nas áreas da Psicologia e da Sexualidade.
Interesses principais incluem Psicologia, Sexualidade, Tradução, Línguas Estrangeiras, Viagens e Fotografia.
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